Nesta quarta-feira, 17 de setembro, o Papa Leão XIV convidou fiéis e peregrinos para refletirem sobre o mistério do Sábado Santo, durante a Audiência Geral na Praça São Pedro, dando continuidade ao seu ciclo de catequeses neste Jubileu da Esperança.
“O Filho de Deus jaz no sepulcro, mas a sua ‘ausência’ não é um vazio: é uma espera: É o dia do grande silêncio, um silêncio prenhe de significado, como o ventre de uma mãe que segura o seu filho ainda não nascido, mas já vivo”, sublinhou.
O Pontífice explicou que o Sábado Santo é também um dia de descanso. Segundo a lei judaica, nenhum trabalho deve ser feito no sétimo dia. “O Filho também descansa não porque esteja cansado, mas porque concluiu a sua obra de salvação; não porque tenha desistido, mas porque amou plenamente. Lutamos para parar e descansar. Vivemos como se a vida nunca fosse suficiente. Apressamo-nos a produzir, a demonstrar, a não perder terreno. Mas o Evangelho ensina-nos que saber parar é um gesto de confiança que devemos aprender a fazer.”
De acordo com o Papa Leão XIV, “no sepulcro, Jesus, a Palavra viva do Pai, silencia. Mas é precisamente neste silêncio que a vida nova começa a fermentar: Deus não teme o passar do tempo, porque é também o Senhor da espera. Assim, mesmo o nosso tempo ‘inútil’, o
das pausas, do vazio, dos momentos estéreis, pode tornar-se um ventre de ressurreição”. Cada silêncio acolhido pode ser a premissa de uma nova Palavra. Cada tempo suspenso pode tornar-se um tempo de graça se o oferecermos a Deus”.
Logo em seguida, o Pontífice explicou que “naquele sábado suspenso, aprendemos que não nos devemos apressar a levantar: primeiro, devemos permanecer, abraçar o silêncio, deixar-nos abraçar pelo limite. Por vezes, procuramos respostas rápidas, soluções imediatas. Mas Deus trabalha nas profundezas, no tempo lento da confiança. O sábado do sepultamento torna-se assim o ventre do qual pode fluir a força de uma luz invencível, a da Páscoa”.
Ao fim de sua reflexão, o Papa Leão XIV encorajou os fiéis: “Queridos amigos, a esperança cristã não nasce no ruído, mas no silêncio de uma espera repleta de amor. Não é produto da euforia, mas de um abandono confiante. Quando parece que tudo está parado, lembremo-nos do Sábado Santo. Mesmo no túmulo, Deus está a preparar a maior surpresa. A verdadeira alegria nasce da espera vivida, da fé paciente, da esperança de que o que é vivido no amor, certamente ressurgirá para a vida eterna.”
*Informações e foto: Vatican News