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Papa Francisco: ninguém pode ser feito escravo em nome de Jesus

Na Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco partilha sobre a Carta aos Gálatas, a partir do tema “A liberdade cristã”, o Pontífice reproduziu a leitura de alguns versículos do quarto capítulo, em que o apóstolo Paulo afirma que “é para a liberdade que Cristo nos libertou”.

O Papa explica que o apóstolo Paulo não podia aceitar que os cristãos, depois de terem conhecido e acolhido a verdade de Cristo, se deixassem atrair por propostas enganosas, passando da liberdade à escravidão: da presença libertadora de Jesus à escravidão do pecado. “Ninguém pode ser feito escravo em nome de Cristo”, destaca o Santo Papa. “Uma pregação que impeça a liberdade em Cristo nunca será evangélica.”

Escravidão do pecado

O Papa Francisco prossegue explicando que a liberdade cristã é fundada sobre dois pilares: o primeiro, a graça do Senhor Jesus. “Antes de tudo, é dom do Senhor. A liberdade que os Gálatas receberam – e nós como eles – é fruto da morte e ressurreição de Jesus. (…) Ali mesmo, onde o Messias se deixou cravar, Deus colocou a fonte da libertação radical do ser humano. Este é o mistério do amor de Deus! Cristo realiza sua plena liberdade ao entregar-se à morte; sabe que só assim pode obter vida para todos.”

A verdade que nos liberta

O segundo pilar da liberdade é a verdade. É preciso lembrar que a verdade da fé não é uma teoria abstrata, mas a realidade do Cristo vivo: “Quantas pessoas que mesmo não tendo estudos ou encontram dificuldade em ler e em escrever, mas entendem perfeitamente a mensagem de Cristo, têm a
sabedoria que as tornam livres”.

É a sabedoria de Jesus que entrou através do Espírito Santo no Batismo. Quantas pessoas encontramos que vivem a vida de Cristo mais do que os grandes teólogos, por exemplo. “Elas são um grande testemunho da liberdade do Evangelho”, reforça o Papa Francisco.

“A verdade deve nos inquietar, voltemos a esta palavra muito cristã: inquietude. Sabemos que existem cristãos que nunca se inquietam: vivem sempre o mesmo, não há movimento em seus corações, não há inquietude. Por quê? Porque a inquietude é o sinal de que o Espírito Santo está trabalhando dentro de nós, e a liberdade é uma liberdade ativa, com a graça do Espírito Santo. É por isso que eu digo que a liberdade tem que nos inquietar, deve continuamente nos fazer perguntas, para que possamos cada vez mais aprofundar sobre quem realmente somos.”

Entretanto, o caminho da verdade e da liberdade é um caminho difícil, que dura a vida inteira. “Um caminho no qual somos guiados e apoiados pelo amor que vem da Cruz: o amor que nos revela a verdade e nos dá a liberdade. E este é o caminho da felicidade,” conclui o Santo Padre.



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