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Padre Higo Dias indica especial leitura sobre o Santo da Igreja, que em vida, mais realizou milagres

 

Janeiro 26/01

Um romance lançado em1956, mas tão atual que nos faz pensar como as gerações se parecem em seus conflitos e descobertas. Padre Thélis Luiz Gonçalves, administrador paroquial da Paróquia São Dimas, no Vale do Jatobá, sugere para a  nossa Dica Literária dessa semana, o Encontro Marcado, obra-prima do escritor mineiro Fernando Sabino. Interessante mencionar “que a primeira vez que li este livro foi na oitava série, um pedido da escola”, recorda padre Thélis, que também é assessor eclesiástico para as juventudes da Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida (Rensa). Ao reler o livro, já adulto, padre Thélis se surpreendeu de forma muito positiva, se deparou com uma outra obra, percebendo a crítica nas entrelinhas, diferente da percepção romântica do então adolescente.

No Encontro Marcado Fernando Sabino descreve um personagem que foi de certa forma uma pessoa “mimada ou superprotegida” tornando-se um adulto carente. “É possível fazermos uma leitura para compreender o transcendente em todas as desavenças e encontros da sociedade”, observa padre Thélis, pontuando que o livro nos conduz a delicadezas do dia a dia, com a história do personagem principal que busca os seus desejos, mas que não consegue se sentir satisfeito, porque os desejos são passageiros e voláteis. “A obra tem um final surpreendente e pode nos levar a refletir sobre o nosso próprio Encontro Marcado com Cristo”, completa.

 

Fevereiro

 

A dica literária desta semana é uma inspiração para os leitores e também uma homenagem ao venerado Santo, considerado o mais popular entre os fiéis brasileiros: Santo Antônio de Pádua. Ao mesmo tempo, esta especial partilha trazida pelo padre Higo Dias, administrador paroquial da paróquia de São Sebastião e São Vicente, no bairro Santa Amélia, em Belo Horizonte, é também uma homenagem ao Santuário Arquidiocesano Santo Antônio de Roça Grande, em Sabará, onde ele iniciou o seu sacerdócio.

A obra “Santo Antônio de Roça Grande: 300 anos de tradição e devoção em Sabará”, escrita pela historiadora Andrea Ribeiro, nos mostra “uma riqueza nas terras de nossa Arquidiocese”, sublinha padre Higo.  O livro conduz o leitor para conhecer a força da alegria de Santo Antônio, “que é o Cristo”, recorda padre Higo, alegria esta que pode ser sentida também na expressão genuína dos depoimentos dos fiéis, presentes na narrativa de Andrea Ribeiro.

Ao mesmo tempo que a obra conta a história do Santo que nasceu em Lisboa, em Portugal, e vive sua eternidade em Pádua, na Itália, onde buscou por São Francisco de Assis, também apresenta Roça Grande “como um pedacinho do céu”, descreve Padre Higo, lembrando ainda que Santo Antônio de Pádua é o Santo que, em vida, mais realizou milagres. “O livro tem uma leitura simples que ativa nossa curiosidade”, reforça o sacerdote.

A obra “Santo Antônio de Roça Grande: 300 anos de tradição e devoção em Sabará” pode ser encontrada no próprio Santuário. Assim, aqueles que sentem especial devoção pelo Santo não devem perder a oportunidade desta interessante leitura.

Um romance que nos faz refletir e viver um dos presentes mais bonitos que recebemos do criador: a amizade fraterna. Na Dica Literária dessa semana, o frei franciscano Adilson Corrêa, pároco da Paróquia Santo Antônio da Savassi, nos indica o emocionante livro “O Caçador de Pipas”, do escritor afegão Khaled Hosseini. No tempo em que vivemos, onde muitos de nós colocam à prova amizades antigas, por polarizações, ou pensamentos divergentes, frei Adilson, com sua indicação literária, nos leva a recordar sobre o valor desse sentimento: “Que supera o tempo e  as distâncias”, pontua.

O Caçador de Pipas é um romance que tem como fio condutor a tocante amizade entre Amir e Hassan, dois meninos que vivem no Afeganistão, na década de 1970. O romance descreve sonhos, traição, fidelidade, e reflete sobre a cumplicidade e o acolhimento que a amizade nos traz. Frei Adilson lembra que no mundo contemporâneo precisamos resgatar esse amor fraterno, que é maior que as diferenças momentâneas, reconquistando sentimentos como a confiança e a partilha. Nesse sentido, por meio da ingenuidade da infância, a obra de Khaled Hosseini nos conduz a importante reflexão: homens e mulheres podem pensar diferente, inclusive, professarem uma fé diferente, e serem grandes amigos. “A Igreja tem esse papel de estabelecer a paz e o diálogo”, sublinha.

O valor da amizade, pura e sincera, que supera até mesmo a traição é um ensinamento também do Evangelho. “Como nos lembra São Paulo em sua Carta aos Coríntios, o amor tudo vence”, diz frei Adilson, nos recordando ainda que “só depois da cruz vem a ressurreição.”  O romance de Khaled Hosseini é uma lição, ensina que o sentimento que nos une é maior que aquele que nos divide: “Devemos ser caçadores e correr em busca dessa pipa que é a amizade”, sublinha.

Março

 

Desejo, Mercado e Religião. A obra escrita pelo teólogo católico e cientista da religião Jung Mo Sung é a interessante indicação de leitura desta semana, recomendada pelo padre Dinamar Gomes, pároco da Paróquia São José e São Gabriel Passionista, em Belo Horizonte, e vigário episcopal da Região Nossa Senhora Aparecida (Rensa). O livro analisa a religião como uma força de mercado e ao mesmo tempo de oposição a ele. Jung Sung pretende ampliar a compreensão do papel do Cristianismo, sobretudo em favor dos menos favorecidos. “O autor tem um olhar muito lúcido sobre os cenários da atual realidade social, questões religiosas e do mercado no mundo em que vivemos”, observa padre Dinamar.

A obra demonstra também os benefícios que a teologia é capaz de trazer ao mundo contemporâneo e reforça que a religião não pode ser tratada como um self service, onde ficamos com o que nos agrada e excluímos aquilo que a princípio não nos interessa. Padre Dinamar explica ainda que a obra é editada em capítulos autônomos, sendo  permitido ler de forma livre,  sem seguir a sequência da paginação.

Padre Dinamar, que agora está em sua terceira formação, no curso de psicologia, é um adepto das leituras de formação humana, espiritualidade e realidade social. Nesse sentido, ele recomenda o livro do autor coreano radicado no Brasil como uma obra que pode ajudar os sacerdotes a ampliar ainda mais as reflexões sobre a religião na nossa sociedade contemporânea.

 

Abril

 

 

 



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