Estamos nos aproximando do final do ano litúrgico, nos preparando para a grande festa de Cristo Rei que será no dia 21 de novembro, também nos colocando na expectativa do Advento. Este ano se apresenta como exceção, nós não estamos encerrando as catequeses, mas retomando muitas atividades da Igreja, após esse tempo de isolamento proposto, por causa da pandemia. Mas nós catequistas, não podemos deixar de motivar de os nossos catequizandos como é importante a nossa presença participativa nas celebrações litúrgicas.
A liturgia, em nossa Igreja, não é uma ação qualquer, que se pode ir de vez em quando, ou que dela pode-se também tirar férias. A liturgia é uma ação divina, um encontro entre pessoas, marcado pelo tempo litúrgico e que requer de nós uma participação ativa e envolvente.
A liturgia é uma ação simbólica, comunitária, onde todas as pessoas são participantes que se apresentam à mesa do altar, cada uma trazendo consigo sua própria realidade: suas alegrias, tristezas, seus sonhos e desilusões, suas riquezas e pobrezas. Mas se apresentam com alegria, pois se trata de uma ação realizada juntamente com Deus Trindade. Uma ação que tem sua origem em Jesus, o Senhor. Ela é uma ação pascal, um acontecimento que nos transporta para um caminhar com a vida de Jesus, participando com ele da sua paixão, morte e ressurreição.
Com os documentos da Igreja aprendemos que a liturgia “é a primeira e indispensável fonte, da qual os fiéis absorvem o espírito verdadeiramente cristão” (SC 14) “De fato, a liturgia desperta os fiéis para que, saciados dos sacramentos pascais, sejam concordantes na piedade; reze para que conservem em suas vidas o que receberam na fé; a renovação da aliança do Senhor com os homens na eucaristia solicita e estimula os fiéis à caridade imperiosa de Cristo.
Somos chamados a recordar sempre que todo batizado, inserido no mistério pascal de Cristo, deve viver intensamente aquilo que é graça mediante o exercício da fé, da esperança e da caridade. Assim, vive-se a espiritualidade que é o crescimento progressivo na perfeição daquilo que se é e que se faz.
A espiritualidade litúrgica não se limita ao momento celebrativo, mas se difunde em toda a vida.
Cada celebração apresenta em sua dinâmica várias ações: a acolhida da assembleia, a escuta e interpretação da Palavra, e uma ação simbólico-sacramental-central (Eucaristia, Batismo, Crisma, Penitência, Matrimônio, Ordem, etc).
Cada liturgia é marcada pelo seu tempo litúrgico, cada uma carrega consigo as características próprias do Tempo celebrado. Cada celebração é uma celebração diferente, de um mesmo conteúdo: a vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus, o Cristo.
A liturgia, pelo dom da graça, nos possibilita a abertura para a Palavra de Deus em humilde docilidade do Espírito Santo
Com o fim do Ano Litúrgico somos chamados a uma reflexão do que fica e do que continua. Somos chamados a nos prepararmos para o ano vindouro. O que nos auxiliará será o tempo do advento, da espera, para fazermos a experiência do encontro pessoal com o Senhor, aquele que a cada ano renova em nós a nossa fé na caminhada, neste mundo.
Portanto, continuemos a trabalhar no anúncio do Reino, na oferta do dom da fé com testemunho de cristão que se faz morada do Espírito e se deixa guiar por ele. Sejamos sempre pedras vivas da casa do Senhor, o Deus da vida.
Neuza Silveira de Souza. Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte