Recordemos o caminho de formação do cristão, desde a Igreja nascente, que sempre teve caráter de experiência, na qual era determinante o encontro vivo com Cristo, anunciado por autênticas testemunhas. Façamos também hoje, testemunhas do encontro com Cristo, oferecendo uma identidade cristã para aqueles que, na busca do sentido da vida, ccoloque-se no amor e no seguimento de Jesus Cristo. A Igreja, originária das primeiras comunidades, chega até aqui, século XXI, chamando a todos para o grande encontro. Ela cumpre o mandato de Jesus que disse: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19).

Homens e mulheres ouviram esse mandato e saíram ao encontro das pessoas e anunciaram a Boa Nova. Hoje, somos convocados a dar continuidade ao cumprimento desse mandato de Jesus, fazendo discípulos ao nosso redor e, percorrendo caminhos mais distantes, fazer ressoar o anúncio àqueles que estão fora da Igreja à procura de um caminho.

Este mandato de Jesus vai para além dos seus discípulos daquele tempo. É para todos: jovens, adolescentes e adultos já batizados. Os jovens, principalmente, são chamados para se deixarem impregnar desse vigor de Deus, dessa sua jovialidade que é o modo de ser próprio de Deus. Este mandato de Jesus oferece o sentido de vida para o cristão que, desejoso de viver o compromisso de ser batizado, é orientado para ir ao encontro do outro e, ao mesmo tempo, se deixar encontrar por Jesus Cristo, caminho, verdade e vida (Jo 14,6).

Como fazer este caminho?

Várias são as formas de caminhar; várias são as propostas que podem se deixar concretizar nas reuniões e grupos ou comunidades. Cada grupo, do seu jeito, na sua realidade, conforme suas possibilidades. O modelo a seguir é Jesus Cristo. O conteúdo é a sua vida, a Palavra encarnada. Os jovens mais fortemente interagindo com os grupos de sua comunidade serão aqueles que se proporão a levar esta interação com os mais afastados. É bom lembrarmos aqui: ser jovem não é só questão de idade, é questão de vitalidade, essência do vigor de Deus.

Exemplo da comunidade de Mateus, formada de Judeus-cristãos e chamada a viver no aqui o Reino de Deus, é uma comunidade de batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo que escutou o chamado de Jesus, acolheu o seu chamado indo até à Galileia para receber o envio de Jesus e ir anuncia-lo às nações. Na Galileia, Jesus dá as instruções, onde está a proposta de missão Apostólica. Cristo glorificado exerce, tanto na terra como no céu, o seu poder sem limite, que recebeu de seu Pai.

Os seus discipulos exercerão esse poder em seu nome pelo batismo e pela formação dos cristãos. As comunidades, ao ser colocadas em missão, elas nos levam à posse de todas as promessas do Pai (Mt 5,3-12). A bem-aventurança torna-se tarefa a ser executada na fé e a garantia de vida em Deus, testemunhada pela ação de Deus na história. Voltar à Galileia é voltar a um recomeço, chamadas a superar os conflitos, os ódios, subir à montanha, lugar de se encontrar com Deus. Na vida comunitária, vivendo sua simplicidade e sabedoria, o povo vai mostrando a presença do Reino em meio aos pobres. Esse é também o nosso caminho. Hoje, discípulos de Cristo, colocando-nos em seu seguimento, acolhendo o Espírito que ele nos envia, vamos, através das nossas catequeses, ajudar nossas crianças, jovens e adultos a se encontrar com Cristo Jesus. Todos voltados para o diálogo, a escuta, a integração com as outras pessoas.

A catequese aproveita desse momento missionário e se coloca à disposição para todos aqueles que desejam percorrer esse caminho com Cristo. Formar identidade cristã, aprofundar a fé, entranhar-se no mistério de Cristo, transformar-se pelos santos mistérios celebrados, embrenhar-se no seu perfume e, depois, permitir-se exalar o perfume do Cristo ressuscitado na sua caminhada.

Vamos colocar os nossos pés no chão da vida. Ir ao encontro do outro. O caminho é contínuo, permanente. Vamos fazer ecoar a Palavra de Deus no nosso itinerário catequético.

Vamos refletir: Quais os principais desafios que encontramos em nosso itinerário? Que ensinamentos de Jesus podem ajudar a esclarecer nossa mente e coração?

Neuza Silveira de Souza.

Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano de Belo Horizonte

Arquidiocese de Belo Horizonte