Santuário Arquidiocesano

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[Artigo] A salvação integral e comunitária vem de Jesus - Neuza Silveira 

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No Evangelho, Lucas ao falar da salvação, ele a relaciona sempre com a pessoa de Jesus. Desde o início o leitor sabe que Jesus é o salvador (2,11; At. 5,31), é o único mediador entre o povo e seu Deus. Ele é a visita de Deus que vem beneficiar seu povo.

Em Lucas, Jesus está sempre perto dos publicanos e dos pecadores. Percebe-se, em suas atividades, a prática de sua bondade e de sua misericórdia que se manifesta de maneira particular em relação à mulher pecadora na casa de Simão (7,36-50). Também encontramos em Lucas a experiência de conversão vivenciada por Zaqueu, o chefe dos publicanos. Este é um exemplo da vontade de Jesus de reabilitar todos aqueles que vivem afastados de Deus, como indicam suas palavras: “Hoje a salvação entrou nesta casa” (19,1-10). No relato da morte de Jesus, Lucas deixa claro o momento em que Jesus perdoa os seus perseguidores (23,34), prometendo o paraíso ao ladrão arrependido.

Os ensinamentos de Jesus, através da Palavra, muito nos ajudam quando fazemos sua leitura, a estudamos e refletimos. É assim que aprendemos e ajudamos outras pessoas a descobrirem a Palavra como força que leva a todos a ver a realidade com olhos novos. O conhecimento, o amor, a oração e a vida nova podem ser vistas ao longe, pois são realizações de Deus com sua presença constante que nos possibilitam e capacitam. Todos são filhos de Deus e convidados a deixarem Deus agir e, juntamente com Ele, relerem a nossa realidade atual com os mesmos olhos da fé.

Aprendemos com Lucas que Jesus é aquele quem sempre toma a iniciativa do perdão, manifestando que a salvação é um dom gratuito de Deus. A salvação de que Lucas fala está relacionada com as atividades de Jesus, seja por meio dos milagres, operando conversões, agindo pelo poder da palavra e/ou dando orientações sobre o caminho da salvação. Jesus está sempre preocupado em salvar toda a pessoa, na sua totalidade, um ser integral.

Nesse sentido, participar do Reino e da vida eterna depende, porém, da reação de cada pessoa ao chamado, à aceitação e à inclusão manifestadas por Jesus, o Filho de Deus, por meio de anuência ou rejeição.

Tempo de Esperança

Todo tempo é tempo de esperança, mas, a cada ano, somos chamados a renová-la, festejando o aniversário de Jesus através do nascimento do menino Deus, um nascimento que se dá no coração de uma família situada dentro de uma cultura e de uma sociedade concreta. O Filho é enviado pelo Pai num gesto de gratuidade que se desdobra em favor da humanidade.

Quem é o discipulado cristão?

O envio e a entrada do Filho na história demonstrando o amor gratuito do Pai, nos chama a sermos discípulos reconhecedores do dom doado da graça salvífica de Jesus e nos convocam para percorrer com ele o caminho. Mulheres, homens, crianças são chamados para o discipulado, seguimento a Jesus no compromisso com o Reino de Deus (1,17-20), 2,14; 15,40-41). O Evangelho de Lucas é um evangelho aberto para as nações, e o discipulado deve colocar-se nesse caminho.

O Evangelho aponta para as consequências, não apenas da práxis e do caminho de Jesus, mas também dos discípulos (8,31-9,1 – resistência e renúncia; 9,31-37 – ensino e serviço, 10,32-45 – inversão de valores e relações). Assim como o Evangelho de Jesus não objetivou pompa e glória, mas culminou na cruz, da mesma forma o discípulo deve se colocar a caminho em humildade e resistência.

Quem decide seguir Jesus manifesta-se numa nova práxis libertadora (1,31; 2,6-14; 6,12-13; 10,22; 15,40-41).

Os discípulos vão aprendendo na caminhada e nos acontecimentos que a fé é, pois, a atitude pedida ao ser humano para que a graça de Deus possa manifestar todo o seu poder libertador. Fé e salvação caminham juntos significando que a salvação é verdadeira na medida em que atinge a totalidade da pessoa, também na sua dimensão religiosa. Vários são os ensinamentos sobre a salvação transformadora, mas se torna evidente aquela ocorrida no interior de Zaqueu. Este realmente recebeu Jesus em sua casa com muita alegria e prometeu dar metade de seus bens aos pobres. Após essa transformação é que Jesus diz: “hoje a salvação entrou nesta casa”.

A perspectiva comunitária da salvação

No Evangelho também encontramos a perspectiva da salvação comunitária. Percebe-se que, por ocasião do nascimento de Jesus, os anjos anunciam uma grande alegria que é para todo o povo. Semeão, ao colocar os olhos no menino Jesus, reconhece nele a salvação para todos. Desde o início do Evangelho, Lucas deixa claro que a salvação é dirigida a todas as nações. O próprio Jesus confirma, profeticamente, que todos os povos terão lugar à mesa do reino de Deus. (13,29).

Os discípulos e as discípulas de Jesus conservaram, no coração e na memória, o que Jesus fez e ensinou. Eles sentiram-se chamados e escolhidos para fazer parte do novo povo de Israel. Assim, também, hoje somos chamados para, a partir da experiência de Jesus vivo e, pela ação do Espírito Santo, tornarmos missionários ardorosos no mundo conhecido de então.

Neuza Silveira de Souza.

Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.



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