Aos 28 anos, Rayander Felipe Damasceno é egresso do sistema prisional, ainda traz no calcanhar a incômoda tornozeleira. “Pago por um momento que estava com a cabeça fora do lugar”, diz Rayander, ao se referir a um furto ocorrido em 2014. Na época, ele ficou seis meses preso e depois passou a usar tornolezeira.
Com o apoio do setor jurídico da Acolhida Solidária, Rayander está conseguindo a ressocialização e também manter a sua lanchonete, microempresa individual especializada em sanduíches e Açaí. “Recebo orientação jurídica e estou me reorganizando. A Pastoral Carcerária também me ajudou a recuperar o meu equilíbrio emocional, financeiro e social”, conta. A Coordenadora de projetos da Providens, a advogada Cirlene Ferreira afirma que a ressocialização de presos é sempre um grande desafio. Principalmente em um estado que tem cerca de 60 mil presos, a segunda maior população carcerária do País.
A Acolhida Solidária ampara famílias de presos que enfrentam graves problemas sociais, como a falta de alimentação, roupas, medicamentos, além do grande preconceito que as cercam. Nesse caso, há encaminhamento dos familiares para que sejam assistidos por promotorias, defensorias públicas, fundações e instituições de amparo aos mais pobres. “O problema é que muitas vezes o detento é o principal provedor da família e, quando ele é preso, todos os familiares se desestruturam”, salienta Cirlene Ferreira.
Iniciativas como essas serão ampliadas a partir da conclusão das obras da Catedral Cristo Rei, que tem entre seus objetivos fortalecer ainda mais as ações de amparo espiritual e social da Arquidiocese aos mais pobres, com a dedicação de um espaço especial à Acolhida Solidária Dom Luciano Mendes de Almeida.
Porta de entrada para o serviço social da Arquidiocese, na catedral Cristo Rei a Acolhida Solidária funcionará nas 24 horas do dia, com novos serviços, a exemplo do amparo aos familiares de pessoas que buscam a Capital para atendimento médico, farmácia comunitária e a Ciranda Solidária.