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A vivência da fé em Jesus Cristo – artigo de Neuza Silveira

O que é ter fé?
Na realidade atual pode-se deixar conduzir pelos outros, com segurança? Com confiança?
Como é se colocar no seguimento de Jesus?

Ver com os olhos da fé

Vamos continuar firmes com a nossa Igreja retomando a exata confiança da fé para reavivá-la, purificar, confirmar, confessar. Segundo Bento XVI, os conteúdos da fé necessitam ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para poder dar testemunho coerente deles. A cada ano somos chamados a dar um renovado impulso à missão da Igreja rumo à amizade com Cristo para uma conversão a Deus cada vez mais completa, para fortalecer a nossa fé n’Ele e para anunciá-lo com alegria ao homem do nosso tempo. Fazer um anúncio de forma a testemunhar Jesus nos gestos e nas ações do nosso modo de vida. Ser exemplo de vida para os outros.

A formação catequética, no processo continuado de evangelização, tem procurado caminhar junto com a Igreja e refletir com as catequistas o tema da fé. A “Palavra” nos dá a direção. A exemplo dos primeiros anúncios de Paulo e Barnabé, podemos observar com que entusiasmo eles se expressavam quando retornavam de suas atividades missionárias e contavam às comunidades tudo o que Deus tinha feito com eles, especialmente abrindo aos gentios a porta da fé (cf. At. 14,27). Que hoje, as nossas catequeses possam despertar esse grande entusiasmo aos nossos catequizandos quando, também eles, forem contar a seus pais e amigos o que aprenderam nos encontros catequéticos dos quais participaram.

Ter fé é acreditar em Jesus Cristo (Mt. 16, 10-17)

A fé é dom de Deus. Se a fé é dom, é graça de Deus. Ela nos é dada para que possamos desenvolvê-la, cuidar, deixar se desabrochar e manifestar-se em nós. A fé é uma virtude pela qual cremos em Deus e em tudo o que nos revelou. É compromisso. Ela nos leva ao comprometimento com Deus que nos ama, mas também ao comprometimento com o outro, o meu próximo, ou àquele a quem eu preciso me tornar próxima. Assim a fé tem também suas exigências: convida-nos a dar testemunho dos ensinamentos de Jesus.

Como toda semente jogada na terra precisa de cuidados para desenvolver e crescer, assim também é a fé, uma semente colocada no coração do homem que necessita de cuidados para dar bons frutos. Não para a nossa própria satisfação, mas para o nosso crescimento humano junto com os demais irmãos e irmãs. Amar e se deixar amar nessa relação de gratuidade para com o próximo nos faz perceber Deus. E o que nos leva a fazer essa experiência de Deus é o acreditar no seu amor, é ter fé.

Iluminar com a luz da fé (Mt 13,10-17)

Deus nos dá a vida – E o que é a vida? Ela é amor, esperança, paz, perdão, liberdade, gratuidade, diálogo, justiça, pão partilhado, boa vivência na comunidade, na família, nos ambientes de festas, ou seja, é o amor pleno de Deus no coração de cada um, lugar onde ele é germinado e dali deve sair para ir ao encontro do outro. O meu “sim” a Jesus Cristo me leva a dizer “sim” à vida, à comunidade, à Igreja e a todos os meus irmãos na fé.

Então nos perguntamos: Por que tantos desamores e tanta violência no mundo? Tantos males e sofrimentos não são frutos da vontade de Deus, mas são causados pelo ser humano que desrespeita o projeto de Deus, aquele projeto da construção do Reino que Jesus veio nos revelar e nos convidar para juntos construí-lo. Para Jesus, a vivência do amor nos faz felizes e participantes do Reino de Deus (Mt 5,7).

Quando, por livre escolha, abandonamos esse amor de Deus, ou, quando o sofrimento nos leva a pensar nesse abandono de Deus, mesmo assim, Deus se faz presente, com suas mãos estendidas para nos acalentar e nos dar a coragem de continuar. Perceber essa presença de Deus nos é possível se abrimos o nosso coração para a acolhida desse mesmo amor que vem por meio da vivência fraterna, do perdão e do amor, da ajuda desinteressada, da escuta, da fé e da esperança.

A fé como resposta da palavra revelada

A fé é a resposta à ‘Palavra’ ouvida e acolhida. Uma afirmação constante da fé é: “crer em Deus quando ele se revela”. Pela Revelação, Deus se abre à criatura humana, manifestando-a os segredos de sua intimidade e amizade. A fé, portanto, é dom não só de Deus, mas dom guardado zelosamente pela comunidade eclesial, comunidade de fé que a entregará a quem a peça e a queira vivê-la com seriedade e responsabilidade. Assim, a verdadeira fé é dom e assentimento (podemos ver alguns textos bíblicos que nos ajudam nessa reflexão: Rm 16,26, 1,5; 2Cor 10,5-6; Ef 1; 13; 1Cor 15,11; Mc 16, 15-16).

Observemos o exemplo de Maria, a mãe de Jesus, aquela que escutou e acolheu e amou a Palavra de Deus, que carregou em seu seio a Palavra viva, que fez a grande experiência do amor e da fidelidade de Deus, por meio de Jesus Cristo. Ela meditava e guardava a Palavra de Deus no coração, colocando-a em prática (cf. Lc 8,19-21; Lc 11,27-28)

A vivência da fé e a religião

Quem tem fé pratica as verdades da religião. A fé é uma adesão pessoal. A fé nos revela onde está nossa raiz. E a religião é a sustentação da nossa fé. Com Jesus aprendemos a amar e a servir. Com ele podemos aprender muita coisa do seu jeito de viver. Somos todos convidados a segui-lo. E seguir Jesus é seguir seu estilo de vida. Aqui estamos falando da religião cristã, o cristianismo, pois existem várias religiões e nelas, várias teologias, baseadas nos escritos e tradições sagradas. Mas em todas elas também encontramos exigências de bom comportamento em relação ao próximo e cuidado pelos animais e pela terra.

Jesus, constantemente, chama homens e mulheres, rapazes e moças, jovens e crianças. Convoca todos em vista do amor para com o mundo. Para ser essa pessoa de fé é preciso estar sempre pronta para dar conta a respeito de tudo aquilo que me impele, do que vivencio e de que direção estou dando à minha vida. A fé cristã é sempre um desafio que nos provoca a descobrirmos quem somos como pessoa e quais as nossas capacidades de vivenciar encontros verdadeiros que possibilitem a nossa transformação. Jesus nos convida a caminhar com ele, permanecer em seu amor (Jo 15,9.15)

Como devo caminhar?

Olhando para o mundo de hoje, como viver a fé, o amor ao próximo? Vamos fazer uma experiência: o que significa sair de nós mesmos, do nosso comodismo e ir ao encontro do outro? Nos ambientes em que frequento, estou vivendo o amor como: partilha, dom, ternura, uma virtude que me leva a amar a Deus e as pessoas, ou um amor egoísta que mais aprisiona do que liberta?

Neuza Silveira de Souza.
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-catequético de Belo Horizonte



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