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O Papa Francisco fez uma pausa na série de catequeses sobre os idosos e dedicou sua reflexão na Audiência Geral de hoje, 13 de abril, à Semana Santa, com o tema “A paz da Páscoa“.

A paz do mundo é apenas um intervalo entre guerras

Para o Santo Padre, a paz que Jesus nos dá na Páscoa não segue as estratégias do mundo, que acredita poder obtê-la por meio da força, da conquista e de várias formas de imposição. “Esta paz, na realidade, é apenas um intervalo entre guerras.”

A paz do Senhor segue o caminho da mansidão e da cruz. No entanto, é difícil de aceitá-la. De fato, a multidão que aclamava Jesus é a mesma multidão que alguns dias depois grita “Crucifica-o” e, com medo e desilusão, não levanta um dedo por Ele.

Páscoa

A paz de Cristo é desarmada

O Papa citou o escritor russo Dostoievski, em especial a sua obra Lenda do Grande Inquisidor, que fala de Jesus que, após vários séculos, regressa à Terra. No livro, o Inquisidor interroga e critica ferozmente Cristo, esperando uma resposta do mesmo nível. Jesus Cristo reage com um gesto dócil. Papa Francisco então comentou, fazendo referência à guerra na Ucrânia:

A paz de Jesus não domina os outros, nunca é uma paz armada. As armas do Evangelho são a oração, a ternura, o perdão e o amor gratuito ao próximo. Esta é a forma de trazer a paz de Deus ao mundo. É por isso que a agressão armada destes dias, como qualquer guerra, é um ultraje contra Deus, uma traição blasfêmia ao Senhor da Páscoa. A guerra é uma ação humana que leva à idolatria do poder.”

O poder mundano, acrescentou o Papa, só deixa destruição e morte. A Páscoa é então a verdadeira festa de Deus e do homem, e seu significado é “passagem”, ainda mais emblemático neste período: “Especialmente este ano, é a ocasião abençoada para passar do Deus mundano para o Deus cristão, da avidez que levamos dentro de nós para a caridade que nos liberta, da expectativa de uma paz trazida pela força para o compromisso de testemunhar concretamente a paz de Jesus. Coloquemo-nos perante o Crucificado, a fonte da nossa paz, e peçamos-lhe paz do coração e paz no mundo.”



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